Editorial: MEU VELHO, MEU AMIGO (in memorian) - por Célia Oliveira

Minha vida inteira te vi como um amigo,
Minha vida inteira te respeitei, te amei,
Te confidenciei coisas de menina,
E você até estudava para me ensinar coisas de menina,
Porque eu insistia em não ser menina e vc me ensinou a ser menina,
Quando me formei menina-moça, não me importava em ser moça,
Queria continuar a ser menina, e vc me esinou a ser moça,
Moça menstrua, moça dança, moça namora e vc ali me orientando,
Quando me formei mulher, vc me ensinou a ser mulher de respeito,
Respeitando tudo e a todos, impondo respeito a meu favor.
Quando me casei me levaste ao Altar,
E me entregaste ao homem que era o amor de minha vida,
Mas, também me ensinaste a ser esposa,
Me ensinaste a ser mãe, mesmo sendo a primeira viagem,
Na segunda viagem me deste força, me ensinaste paciencia,
E ainda, antes de partir, me deste os braços pelo abandono que sofri
Meu Velho, Meu Amigo, tua vida inteira não fostes só pai,
Fostes muito, muito mais.
Hoje, neste 24 de março, se estivesses aqui em vida,
Estarias com noventa e poucos,
E ai, eu que estaria te ensinando, porque tuas pernas ja estariam cansadas,
E com ternura eu daria minhas mãos para que apoiassem em mim.
Tu que me ensinaste tantas coisas como comer, me vestir, enfrentar a vida.
Tudo também te daria, principalmente meu amor.
Pai, como te amo ainda, como necessito de ti ainda,
Apesar da idade que já tenho, ainda me sinto como aquela menina.
Pai meu herói meu amigo.
Saudades in memorian
Em: 24.03.10
 
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